O termo paternidade ativa, ou paternidade responsável, é recente, mas têm alcançado um número cada vez maior de adeptos. Historicamente a criação dos filhos foi associada apenas às mulheres e os homens ficaram com a responsabilidade de sustentar a família. A paternidade ativa é uma espécie de filosofia de vida para homens que entendem a paternidade para além de ganhar e guardar dinheiro para os filhos.
Nessa nova forma de pensar e viver o que é ser pai, os homens passam a atuar ativamente nas questões que envolvem o cuidado com os filhos. Essa nova postura envolve as tarefas domésticas, educação, lazer, saúde e construção de laços afetivos mais significativos.
Benefícios da paternidade ativa
De acordo com o estudo State of the World’s Fathers (O estado dos pais no mundo, em tradução livre). A pesquisa do grupo de ativistas MenCare revela que a criança não é a única beneficiada com a presença mais ativa do pai. Como resultado, o homem passa a apresentar melhorias na saúde física e mental, maior produtividade no trabalho e atinge um nível mais elevado de felicidade.
Para as crianças, o estudo demonstra que o envolvimento não violento do pai na criação favorece o desempenho escolar e diminui a taxa de desobediência. Além disso, há melhorias para a saúde física e mental dos pequenos. Para os ativistas, uma figura paterna responsável e preocupada com o bem-estar da criança contribui para formação de adultos mais responsáveis.
Outro impacto positivo da paternidade responsável é a vida a dois. Constantemente os casais se queixam dos problemas enfrentados no casamento após o nascimento dos filhos. Homens reclamam que sentem falta da mulher. Por outro lado, elas relatam se sentirem sobrecarregadas com os afazeres domésticos, dos filhos e do trabalho fora de casa.
Ao participar da vida familiar, o homem também se envolve com as tarefas domésticas e assume a sua responsabilidade na criação dos filhos. E essa mudança de atitude diminui a tensão e tarefas das mulheres. Portanto, existe maior possibilidade de conciliar a vida a dois e manter o casamento mesmo com os novos desafios.
Cuidar dos filhos é coisa de homem
Um dos grande mitos da paternidade é acreditar que cuidar dos filhos não é coisa de homem. O medo de serem tratados como “mulherzinhas” ainda impede que muitos pais se envolvam na criação dos filhos e tenham maior demonstração de afeto pela família. Por isso, a ideia de sustentar a família ou pagar pensão alimentícia como único dever do homem é um empecilho para a relação pai-filho(a) se tornar mais afetuosa.
“Em geral, os homens temem parecer com uma mulher! Ouço isso cotidianamente, das mais variadas formas. Morrem de medo de serem tachados de “mulherzinha” quando cuidam dos filhos. Quer deixar um homem chateado, diga isso a ele, em qualquer fase da vida”. […]Temos que aprender com as boas mães a amar sem medo, a cuidar das nossas crias. Isso porque, como sempre digo, eles precisam de nós para crescer. E nós só crescemos quando entendemos isso. A afirmação é de Otavio Leal, pai de Maria Flor, de 5 anos, e criador do projeto Pai, vem cá.
Esse é o trecho de um texto publicado no instagram do projeto. Abaixo você pode conferir a reflexão completa sobre o medo dos homens serem considerados “mulherzinhas”
A cartilha “Os 5 mitos da paternidade – cuidar dos filhos também é coisa de homem’ pode ser baixada no site da Defensoria Pública da Bahia.
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